quinta-feira, 27 de março de 2008

no fundo do lago

Existem pedras que brilham em lagos ermos
são jóias que reluzem mais que o reflexo das águas
ofuscam mais que os espelhos que eu apontava na cara dos adultos]
essas pedras são meus órgãos que joguei um dia na praia.]

E outro dia,cortando os meus pulsos na beira da água
balançando os pés como criança
vi eles se misturando ao meu sangue defeituoso
sugaram ele todinho
e brilharam mais ainda.

Tampouco morri
nem tenho mais sangue;
eles agora fazem por mim o que me incomodava.
Agora me sinto melhor :
apago cigarros nos meus olhos
engulo cinzas
jogo álcool pelos braços em carne viva.
e lhes afirmo:eles brilham lá no fundo do lago
e eu apenas lhes ofereço mais dor para suportar.
Eu nunca havia sentido esse prazer na vida antes...

9 comentários:

  1. aeh car..essa ficou muito boa...ta tipo parecendo que na verdade nao existe um sujeito e o resto(que vc descreve)..parce que os orgaos e o mundo externo e o porpiro sujeito pensante estao trilhando um caminho de simbiose multiplas...porque vc nao desenvolve masi essa ideia de um ser amorfo mas que mesmo assim tem a si proprio como nao sendo alguem...e sim algo...que sobrevive com tudo que esta ao redor dele...como se o imatreial no qual ele jogou as suas "coisas' na verdade fosse algo vivo...fosse no fundo ...ele mesmo.

    uma ideia ehi raopaz..nao sei se deu pra entender direito..rsrs...falou

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  2. e quanto ao texto do uso das '[ ]'..vou ver se dou um jeito de te mandar pra vc ler..sabe neh...esse negocio de ficar desenterrando é meio foda...kkkk...falou.

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  3. aeh cra...vou colocar o texto aqui nos comentarios...se vai te que ter paciencia pra ler...ah...e nao leva o texto a serio nao...foi so uma brisa que tive...ai resolvi fazer uma analise e ver como ficava...mas nem tem muita coisa que posssa ser usada.....kkk...e alem disso nao é divertido....mas sei lah...deppois se voce quiser se só excluir ele do comentario e jah era...kkk..falou...eu vou colocar ele na ordem pra quando vc for ler..falou.

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  4. vamos falar de:[...]

    o uso de [ ] parece corresponder a um tipo de comunicaçao um pouco mais intima do que outras. nao que ele acuse necessariamente algo de particular, ou um escrito que deveria ser confidencial(na verdade em algum sentido confidencial ele é, voltarei a isso mais tarde), mas sim uma forma de chamar a atençao especifica de um dos interlocutores a quem o escritor se refere.

    entre outros objetivos, o [ ] parece delimitar um determinado contexto conhecido apenas por poucos, e muito restrito, sendo assim, por muitas vezes a interpretaçao dessas quase mensagens codificadas em seus titulos sao por muitas vezes dificeis, e consequentemente muito especulativas. A analise duvidosa que se faz deles(textos) nao advem do fato dos autores utilizarem artificios de linguagem como termos ambiguos ou metaforas e outros tipos de figuras de linguagem, na verdade em certos momentos nao se observa nenhum tipo de enfeite nas palavras, pelo contrario, o que esta escrito aparece de forma clara e significantemente contudente, pragmatica, e concisa. Ao tentarmos saber o porque entao de tais textos ainda sim se constituirem as vezes nao muito claros, devemos chamar atençao para umas das tecnicas de analise de discursos escritos:

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  5. o conhecimento do contexto de qualquer que seja a forma pelo qual um individuo se comunicou com outro é estritamente necessaria para analises mais coerentes. ao termo "contexto" devemos agregar o seu sentido nao so literal, mas tambem, um certo olhar critico quanto a si mesmo no sentido da percepçao de determinadas situaçoes ou relaçoes que porventura poderiam fazer com que a interpretaçao fosse tendenciosa. fica claro aqui que nao basta ter um conhecimento completo sobre os individuos e situaçoes no qual o autor escreve. mais importante do que isso é ter consciencia e extremo controle do proprio contexto em que voce e eu ,enquanto analistas de tais escritos, estamos inseridos nao como coadjuvantes ou mesmo personagens principais(pois isso raramente ira acontecer, ja que nao se esta incluidos na comunicaçao estreitada pelo []), mas sim como individuos que atraves de sua interpretaçao buscam uma informaçao, que devido a esse trabalho pode ser tendenciosa e portanto irrelevante para quaisquer que sejam seus propositos.

    ainda sobre o contexto, e se inclinando mais ao do autor e do interlocutor, é necessario que se saiba tanto quanto o do nosso proprio tambem o das pessoas envolvidas. Para se ter uma ideia sobre o que estou falando, basta imaginarmos que possivelmente pode haver casos em que o autor e o interlocutor se comunicam com o propenso objetivo de influenciar outras pessoas que leêm os textos, nesse sentido, com a intençao (claro que nao planejada) de influenciar tambem o analista. ao se discorrer sobre qual seria o proposito do uso da linguagem , que deveria ser restrita à influenciar ou atingir ou simplesmente chamar a atençao da pessoa a quem o autor se refere com o uso de[ ], devemos pensar qual o motivo de se fazer esse tipo de comunicaçao atraves desse meio( no caso, um meio de comunicaçao nao tao restrito quanto outros). poderiamos entao inferir que dentre as razoes para isso esta nao somente o fato de fazer com que outras pessoa tenham acesso a esses escritos( e claro influencia-las de alguma maneira), mas consta tambem entre eles dois outros que podem nao ser tao importantes, mas que saltam aos olhos:

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  6. -o primeiro se entende ao se admitir que o fato de outros terem acesso a algo que de certa forma teria apenas um destino, obriga o interlocutor a pensar sobre o porque o texto nao foi vinculado de forma uma pouco mais confidencial. podemos logo nos satisfazer em dizer que a intenaço do autor era justamente essa. portanto , o interlocutor ao ler passa a receber uma outra mensagem implicita - o que era pra ser pessoal nao o é pois nao é pra ser- que o influencia ativamente em sua interpretaçao. Isso claramente funciona como uma forma de tentar conter o interlocutor de uma possivel(e muito provavel) ideia tendenciosa que poderia ter do escrito. Sendo assim o autor de certa forma tenta fazer com que nao se tenha margem a "auto-enganos".

    -a segunda poderia ser descrita como uma funçao analoga a anterior , porem esta estaria direcionada ao proprio autor e aos outros.

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  7. cabe ainda pensarmos que o fato de a utilizaçao do artificio de [ ] mostrar-se constante demonstra que de alguma forma a ligaçao entre o autor e seu interlocutor ainda existi. poderiamos inferir sobre o porque nao ha a extinçao do artificio, e porque parece que a propria utilizaçao do mesmo e das funçoes de seus significados implicitos parecem ser resultado de um possivel intento de conquista, ou de uma confusao por parte dos envolvidos. mas isso ja seria demais, alem do que iria requerer muito mais informaçoes.

    e quem dira que esse texto aqui publicado nao decorre de uma interpretaçao tendenciosa sobre o uso dos [ ].

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  8. cara,não vou apagar não.até ,porque curti a sua "tese" hehehe...
    valeu:gostei da palavra "amorfo" que você mencionou no poema e enxergar o poema com essa palavra dá um sentido legal para toda a coisa.
    olha,eu me lembro vagamente desse teu post e acredite:eu leio tudo mesmo!lembro dessas suas análises e já tava acostumado com essas tuas "incursões" por esses blogs por aí.esse teu texto diz algumas coisas que devem ser ditas a respeito da real função dos blogs (e do ato de escrever em si)sejam elas ocultas ou explícitas:
    certamente escrevemos para nós mesmos;e no meu caso fico imaginando que se morresse hoje iriam encontrar um monte de cadernos em casa e não sei o que as pessoas pensariam e pouco me importa(talvez me conhecessem de verdade)agora,escrever num blog é meio que dar a cara a tapa(vejo dessa forma)porque mesmo que ele(blog) tenha pouco acesso e poucos "leitores" ,ele é um endereço em que todos podem ter acesso se te acharem até casualmente num "google".sim,existem coisas que você lê e sabe "acho que isso tem um pedaço meu" nas palavras dos outros.mais explícita ou metafóricamente ,seja lá como for.antes ,lia uns blogs(os primeiros que li na internet) e via que alguns "blogueiros" não tinham uma intenção muito autêntica e era como se fosse uma confissão de orkut(esse sim é um meio mais poderoso e digamos que abrange mais pessoas que blogs e não importa)e fosse um tiro direcionado e intencional ;e em alguns casos até com hora marcada.tinha um blog de uma menina que eu gostava há um tempão e ela escrevia no seu blog:
    "ah,não sei como posso sofrer tanto
    .não sei por que fuço orkuts bla,bla,bla...";sabe ,óbviamente ela queria expressar para um cara que com certeza ela se importava que o cara visse aquilo.
    esses são os piores blogs e não tem nada ,nada,nem uma lágrima no olhar e se não tem lágrima é aquela "felicidade imbecil" tipo "fotolove";mas aquilo é tão bobo que se torna uma confissão de diário de adolescente no sentido pejorativo,um scrap de orkut qualquer(não tem alma ,nem força;é só uma palavra jogada no ar sem graça ou peso).eu escrevo para ninguém ;(como você mesmo disse um dia),mas isso não é uma verdade absoluta mesmo;existem balas no meu texto que são direcionadas para alguém sim e sei que elas não tem hora marcada nem os olhos que irão ler(e até algumas vezes compreender).e sei que tem balas aqui no texto de outros que devem ter endereço e sim,blogs são isso ás vezes mas tem pedaços nossos.todos nós usamos isso em maior ,ou menor escala.
    mas ,até naquele modo "adolescente" existe uma certa coragem .mas aqui ,o pessoal é diferente .mesmo em seus ataques e rasgações de alma na sua dor pelo amor ,são todos autênticos em sua fúria/amor e a gente meio que "saca" algumas coisas.blogs tem endereços sim(e esperam certos olhos ,ainda que eu escreva para ninguém) e as nossas balas,posso dizer ,são atiradas com um certa graça e peso.
    poxa,brisei mais que você,hein!?hehehehe!...

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  9. ohh..essa foi boa ehin...."blogs tem endereço sim"...pode cre mano..bem isso mesmo...e fode tudo aimda mais se pensarmos que os blogs sao mais uma forma de criar ao expectador(ouleitor) uma representaçao do seu 'eu'..por que na veradde nos nunca somo oq ue escrevemos...e isso é facil de saber o porque...porque nao podemos escrevr tudo sobre nos...e tao pouco nao sabemos tudo sobre nos mesmo...entao no fundo somos de certa forma interpretes ou atores da porra toda..kkk

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